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Cortejo/Espetáculo – Igara Rito de Passar | curadoria Shayra Brotero e Byxa du Mato

Percurso: Av. Bernardo Sayão com a Rua dos Mundurucus, segue a Bernardo Sayão, Osvaldo de Caldas Brito até o Portal da Amazônia | dia 16 de novembro | horário: a partir de 16h (concentração) – 18h (saída)

Com curadoria de Shayra Brotero e Byxa du Mato, a intervenção urbana ocupa as ruas com artistas e ativistas  da cidade. Igara Rito de Passar é um Cortejo/Espetáculo itinerante que discute as mudanças climáticas pelo prisma das artes cênicas protagonizados por artistas das diferentes vertentes pertencentes ao território de Belém. Rito de Passar pede licença e invoca os rios ali soterrados para denunciar e comunicar as mazelas e urgências que as mudanças climáticas têm provocado. Também fomenta a conscientização por meio da arte de preservação da natureza em uma ritualística libertadora e agregadora de novas ideias construídas por quem faz parte desse território, honrando a luta de nossos ancestrais.

O cortejo será dividido em cinco grupos chamados de Igaras, que interpretarão narrativas permeadas pela exploração massiva da natureza pelo ser humano e as consequências da mesma refletindo na retomada implacável da natureza ao seu lugar de pertencimento. 

Cada um dos seis igaras terá um lugar de parada, chamado Furo, nos quais acontecerão os ritos no decorrer do trajeto. 

Igaras:

Igara 1 – Encantarias Contam a história da Amazônia que clama por socorro:

Igara Performática as Themonias – As themonias são encantarias da Amazônia e juntas abrirão os caminhos para contar a história que seguirá. Para abrir o cortejo, Johann Bóreas performa o poema Nascente, canta Bem Ti Vi de Nazaré Pereira e dá início ao cortejo em um carro de frutas que será carregado por duas pessoas.

Ao chegar no Furo 1 Johann Bóreas declama Clamor; em seguida, quatro Themonias fazem uma performance coletiva fechando esse momento e convidando o público a continuar o cortejo embalados por uma bick som na voz de Johann Bóreas.

Johann Bóreas, cantore e Drag Queen, é atuante na cena artística de Belém desde meados de 2021. Seu trabalho mais promissor na cidade é conhecido como “Johann canta secos e molhados”, um tributo à banda que inspira sua expressão artística profundamente. Em 2022, foi finalista e premiado no concurso Marina Monarcha, que visa a valorização de artistas paraenses.Participou dos espetáculos: Encanta, vozes da imaginação, realizado pela fundação Carlos Gomes, Cazuza Inconcert, da casa de artes Tiago de Pinho, e Pérolas musicais. Também esteve presente na série documental “Mashup à brasileira”, para a TV Brasil em 2024, sob direção de Tatiana Issa. Atualmente também é vocalista da banda paraense de rock progressivo Móbile Lunar.


As Themonias – Coletivo de mais de 40 pessoas negras indigenas e LGBTQIAPN+ da Amazônia paraense, com referência nas expressões artísticas e culturalidades Amazônicas. Sua força está nas diferenças e valorização das singularidades a partir de múltiplas linguagens artísticas, sendo a performance a experiência comum na expressão de suas urgências.


Flor de Jambo, drag Themônia desde de 2020. Segue acompanhando e contribuindo para o movimento, participando de vários eventos junto com as Themônias, com performances e produção. Em 2023 foi acolhida pela Haus Of Carão e passou a fazer parte dessa família que parece coração de mãe e sempre cabe mais um.


Safira Clausberg travesti vinda da Pérola do Caeté Bragança/PA, atriz pela Escola de Teatro e Dança da UFPA, drag queen, maquiadora, wig maker, modelo, costureira, estilista e musicista. Eleita oitava rainha do movimento “NoiteSuja” e recebeu o prêmio de Drag do Ano de 2019/2020 pelo Troféu Diário Online. Formada em canto popular e piano pela Escola de Adoradores, atualmente Safira atua como mãe da Haus of Pírexx e é coordenadora de um coletivo artístico, expressando sua arte em múltiplas frentes.


Joanne Versace, 27 anos, nascida em Vigia de Nazaré. Faz drag há 9 anos e também é rainha do coletivo Noite Suja.


Flores Astrais, travesti, artista e produtora da Amazônia. Cursou Licenciatura em Teatro e Técnico em Ator na Escola de Teatro e Dança da UFPA – ETDUFPA. Atuação nas áreas de teatro, performance, audiovisual, moda, música, artes visuais, eventos podcast e cerimoniais. Criadora de conteúdo digital, consultora e mentora sobre diversidade de Gênero e Sexualidade. Presidenta e cofundadora da Associação Cultural das Themônias da Amazônia – ASCULTA.


Igara 2 – Rio de Lixos – Referência: Obra: Divisor 1968 de Lygia Pape

Neste Igara,  um grande rio de tecido com buracos mostra cabeças de pessoas com maquiagem forte e características de sujeira, algumas vestem cabeças de peixes feitas durante as oficinas de criação. Em meio a ao tecido, estão escritos nomes de rios de Belém e os que já foram instintos. Em sua parada no Furo 2, Leona Assassina Vingativa sai de dentro do rio e performa sua música Acaba com o Lixão. Ao final, Leona conduz o cortejo para sua continuidade.

Leona Vingativa ficou conhecida nacionalmente aos dez anos, em 2008, pelos seus vídeos postados no YouTube, algo pouco comum na época, chamando a atenção por seu talento em interpretar e improvisar tão nova, e por seus bordões falados até hoje. Após ganhar uma música de presente da sua madrinha, a cantora Gaby Amarantos, resolveu se lançar no mundo da música e lançou hits atrás de hits.


Igara 3 – Ala a Bicharada pede socorro e esperança

Com 21 pessoas, esta ala apresenta a coreografia Amazônia em Chamas. No grupo, sete pessoas do grupo se vestem de pássaros do Guamá, simbolizando a bicharada da Amazônia. O estilista Labo Yong, com seu trabalho pautado na utilização de plantas e folhas, confecciona sete máscaras de folha para outros sete bailarinos, que representam a flora da Amazônia; outras sete pessoas usam  leques nas cores amarelo, laranja e vermelho, e  representam as queimadas que atingem a Amazônia e todo Brasil. A coreografia se apresenta no Furo 3. Ao término, Jeff Moraes inicia a cantoria dando continuidade ao cortejo.


Igara 4 – Ativistas – Lutas Sociais

A banda Afro Axé Dudu conduz esse momento do cortejo até o Furo 3, abrindo um cenário para a Mística do Coletivo de Cultura MST, que recitam forte poesia. Ao final, a banda Afro Aoxé Dudu entoa canções dando continuidade ao cortejo e caminha para desembocar no rio. Este Igara é composto também por cinco estandartes com rostos de ativistas que lutaram pela Amazônia. Na frente de cada um, algumas pessoas levantam cartazes que denunciam a degradação da natureza.

Banda Afro Axé Dudu completa 26 anos resistindo através da música, dando voz a valorização, preservação e o respeito à cultura afro-amazônica. Axé Dudu signo “Força Negra” na linguagem Yorubá, que é exatamente o que a banda expressa através da música como canto antirracista na Amazônia.


Igara 5 – Ala: Demolição das Indústrias: Final

Três homens de terno e gravata vendados conduzem um cenário vivo formado por sete atores/bailarinos que formam juntos uma indústria. Seguem assim do início do cortejo até o final na quarta e última estação onde irão performar o desmoronamento dessa indústria e o crescimento de uma samaumeira (árvore mãe da Amazônia) no seu centro (protagonizado por um ator de perna de pau) a qual ganha vida representando a retomada da floresta e da natureza.

Ficha técnica

Direção de Produção Criativa: Alecson Castro (Shayra Brotero) e Romário Alves (Bicha Du Mato).

Assistente de Coreografia: Bruna Mulambo

Assistente de Produção: Brena Correa

Produção Criativa Executiva: Bruna Suelem